quinta-feira, novembro 27, 2008

COM O PÊLO DO MESMO CÃO

A União Europeia, decidiu aconselhar os Países membros a procederem à redução das taxas de IVA, de acordo, naturalmente, com a especificidade de cada um deles.
Portugal não mexe nas taxas de IVA. O governo entende não ter condições para tal, já que pode por em causa o famigerado equilíbrio das contas.
Percebe-se. Se a receita dos impostos vem por aí abaixo como garantir os empréstimos à banca?
Para mais, temos agora o problema do BPP (banco privado português) que urge resolver.
Pelos vistos os 45 milhões não chegam a meia missa, daí que, solidários, os outros bancos prestam-se a ( salvar?) o BPP, obviamente, com garantias dos activos e do próprio governo.
Serão 500 milhões!...
Curiosidade: Pedem dinheiro ao erário público (entenda-se contribuintes) hipotéticamente para se salvarem a si próprios e, depois, emprestam esta avultada soma ao BPP.
Lindo... lindo.

terça-feira, novembro 25, 2008

DIZEM...EM DEFESA DA ECONOMIA

Enquanto a tal crise se vai abatendo sobre nós como pilão que esmaga, assistimos a esta festa da abastança dos poderosos, que vão deixando escapar que a politica não é o fim, mas um meio para se tornarem ricos.
O icebergue submerso é aterrador. Porém, desiludam-se aqueles que pensam que algum dia conhecerão a verdade escondida.
Par nós fica-nos a singeleza e a bondade daqueles que fazem uso do dinheiro dos contribuintes para sustentar ambições fraudulentas.
O BPP (Banco Privado Português) nasceu para gerir fortunas, procurando mais valias sem olhar a meios.
Está à beira da falência, vai daí, decide ir buscar o seu quinhão aos 20 mil milhões que o Estado (perdão, os contribuintes), disponibilizou para dar braço amigo... como manda a democracia.
Será que estamos no reino da fantasia? Então os contribuintes vão salvar as fortunas dos agiotas?
Porém, não é tudo, a CGD (Caixa Geral de Depósitos), enfiou no BPN (Banco Português de Negócios) , banco de gente séria, a módica quantia de 1ooo milhões de euros.
Tudo parece normal, mas não é.
A Caixa, vai também ao bolo dos 20 mil milhões, servir-se do dinheiro dos contribuintes.
A pergunta que se impõe: Se a Caixa não tivesse desperdiçado 1000 milhões no BPN, independentemente de ir ou não à falência, teria necessidade de recorrer a esta disponibilidade altruísta e espontânea, a que, voluntariamente, nos obrigamos?

quarta-feira, novembro 19, 2008

EM TEMPOS DE CRISE... MARCHAR

Quem provoca e fomenta o aparecimento das ditaduras são sempre os regimes que se mostram fracos.

O general Loureiro dos Santos, um de entre muitos outros que populam nas Forças Armadas Portuguesas, resolveu ser porta voz do descontentamento dos militares.

Capciosamente, o general, que apelida de madura e estável a democracia portuguesa, admite como possíveis, atitudes reprováveis dos militares, perante aquilo que define como um conjunto de medidas que os governos, sucessivamente, vão tomando em desfavor das forças armadas.

O problema dos generais e genericamente dos militares, reside no facto de a sua natureza castrense entender que as questões da democracia, mormente no que toca aos direitos e deveres dos cidadãos, só são por eles assumidas desde que os sacrifícios se destinem exclusivamente aos outros.

Numa ditadura, os militares são normalmente e basicamente o sustentáculos dos respectivos regimes, sendo certo que, enquanto ela durar, vê-los-emos unidos na repartição dos benefícios, relegando para as profundezas qualquer sacrifício.

Normalmente nas democracias os governos cometem erros que, com o tempo, vão propiciando o ambiente adequado, nomeadamente porque subjugam e esquecem o seu verdadeiro pilar de apoio – o povo - permitindo que forças ocultas, apareçam e aproveitem o desencanto que se foi instalando.

È por demais evidente a incapacidade ou o propósito dos sucessivos governos de nos oferecerem uma coisa parecida com democracia que, por muito que o escondam, defrontar-se-ão hoje ou amanhã com a nudez da sua obra.

Pelos vistos somos um país onde pontificam as pequenas e médias empresas, responsáveis primeiras pelo essencial do nosso desenvolvimento económico.

Ano após ano, tem sido esta a postura e aposta dos governos, evidenciadas num permanente investimento político e financeiro, cujos resultados estão à vista – estamos de novo à beira da recessão -.

Perante esta evidência, o governo insiste na falácia e há que benzer com mais dinheiro e outros benefícios tão excelsos empresários a quem Portugal tanto deve, senão eles estão dispostos a afundar a economia até às grutas da escuridão.

Gente desta, habituada ao empreendorismo inovador e criador de riqueza que poucos almejam, fazem uso da permissividade de quem nos tem governado e declaram-se contra um aumento de 22 euros do salário mínimo acordado em Conselho permanente de concertação social (pelo que se vê parece mais o chá das tias).

Ou o governo acaba com o pagamento especial por conta, com o recebimento do IVA quando se factura a mercadoria, disponibiliza linhas de crédito bonificadas, ou eles não renovam os contratos com os seus trabalhadores e, segundo afirmam, o governo verá quantos se inscreverão nos centros para o subsídio de desemprego.

Há já muito tempo que o Banco de Portugal sabia de possíveis ilicitudes e irregularidades praticadas no BPN, no entanto, deixaram que os responsáveis por mais esta tragédia se pusessem ao fresco, quem sabe se com possíveis chorudas indemnizações, para então assumir as responsabilidades que lhe respeita.

Isaltino de Morais, Presidente da Câmara de Oeiras, resolveu distribuir a eito um parque de viaturas (cerca de 150) pelos mais variados trabalhadores da autarquia, livres de qualquer controlo quanto à sua utilização com o argumento de que estas viaturas, em qualquer lugar e a todo o momento, estão em serviço.

Fátima Felgueiras é condenada a três anos de cadeia, embora com a suspensão da pena e comporta-se de uma forma tão bizarra que mais parece ter sido absolvida e outros os condenados.

Serve tudo isto para vos dizer que, com tal ambiente de permissividade e de sucessivos conluios, com o mais descarado fartar vilanagem, uma justiça de interesses impávida e inoperante, o terreno torna-se propício à investida do generalato, que encontra no desprezível comportamento político o argumento que lhe basta para erguer a espada da ameaça e da chantagem.

Quem provoca e fomenta o aparecimento das ditaduras são sempre os regimes que se mostram fracos.

Os militares são normalmente insensíveis quanto a estados de alma e, como diz Loureiro dos Santos, são gente que têm armas na mão a quem, pelos vistos, nem o século XXI, lhes burila apetites ancestrais.

Prossegue uma espécie de democracia.

EM BUSCA DE UMA MAIORIA

A plataforma sindical que representa os professores, na reunião que teve lugar no ministério no dia de hoje, foi aquilo que se pode dizer que, antes de o ser já não o era.
Dificilmente se entende que, perante as ~declarações assumidas publicamente, reveladoras de posições extremadas quanto ao processo de avaliação dos professores, se conclua, volvidos 10 ou 15 minutos , já nada mais havia para discutir.
Em democracia, o diálogo é a forma mais racional quando se pretende conseguir uma plataforma de entendimento, que conduza as partes no respeito pela sua dignidade institucional, não sendo necessariamente obrigatório nem sequer desejável a vitória de uns e a derrota de outros.
Aberta esta porta para conversações, na certeza de que ao ministério interessava também uma saída para esta crise, não se entende a posição da Frente Comum, quando eliminou à partida qualquer desenvolvimento nas conversações, enquanto o ministério não se decidisse pela pura e total suspensão do processo de avaliação de desempenho.
É já evidente que, a componente política de desgaste do governo é uma realidade que, à boleia de movimentos que se manifestam, pretendem atingir objectivos que visam as próximas eleições legislativas.
Enquanto que a maioria dos manifestantes, dos 120 000 que desfilaram em Lisboa, tem como objectivo principal a defesa de proveitos pessoais, Mário Nogueira já há muito delineou estratégia e objectivos bem distintos.
Do rumo ou posição que o Governo assumir perante esta crise, dependerá a nova maioria absoluta de José Sócrates e do Partido Socialista no próximo ano.
Esta maioria jamais será alcançada se o Governo claudicar perante as exigências dos professores.
Realisticamente, podendo embora parecer um paradoxo, é um dado adquirido que o Partido Socialista jamais recuperará o eleitorado que vem perdendo à esquerda, logo, a sua atenção tem que incidir sobre o eleitorado de centro e centro direita.
Para que nos entendamos e dando como adquirido que o valor do voto é igual, quer seja de esquerda quer seja de direita, não é menos verdade que os eleitores à direita do PS, também e especialmente os menos letrados, gostam de uma democracia musculada e de um governo que mostre quem manda.
Perante o panorama politico português, nomeadamente a falência de estratégia e de ideias do PSD e dado que o Partido Socialista há muito virou um saco de gatos, uma sopa de pedra vem mesmo a calhar.
Não interessa para o caso, a menos que o arrependimento mate, lembrar a traição de que a esquerda do PS tem sido vitima.
Afinal o comprometimento é já tão grande que até um FURACÃO sopra como uma brisa, cumprindo a originalidade deste País.

sexta-feira, novembro 14, 2008

COM SOPAS E BOLOS, SE ENGANAM OS TOLOS

O Presidente da República veio a terreiro insurgir-se quanto às alterações introduzidas no estatuto da região autónoma dos Açores, tendo para o efeito comunicado ao País o seu desacordo, acentuando que, por via de lei ordinária, se alteravam os poderes presidenciais.
Perante mais um fraco número circense, vivido na Assembleia Legislativa da Madeira, região onde sistemáticamente se faz gáudio da sonegação dos mais elementares direitos democráticos, o Presidente da República coloca-se numa posição diametral e injustificadamente oposta, quando opta pelo maneirismo silencioso, ao invés de censurar e agir como lhe compete quando em causa está o normal funcionamento das instituições.
Alberto João Jardim está sistematicamente a funcionar à margem das leis da República.
Não sei a quem cabe a obrigação constitucional de por ordem naquela quinta.
Se não é da responsabilidade do Presidente da República, então de quem é?
O Presidente da República foi eleito para sujar as mãozinhas na lama que ele ajuda a produzir...
Não pode olhar para o lado e esperar que o tempo passe até novo mandato.
Há muito gente que ainda não percebeu porque é que temos este ESTADO NA SAÚDE, este ESTADO NA EDUCAÇÃO, este ESTADO NO EMPREGO, esta endémica TRAGÉDIA ECONÓMICA... vivemos esta sensação democrática, devidamente amestrada ...

quarta-feira, novembro 12, 2008

POR UMA DEMOCRACIA SOLIDÁRIA

Os professores manifestaram-se de novo na capital do País e fizeram uma demonstração poderosa do seu conceito e interesses de classe.
Os argumentos invocados quanto à forma e conteúdo da avaliação de desempenho que o Ministério pretende levar a cabo, são suficientemente claros quanto às susceptibilidades de favorecimentos e, ainda, quanto às limitações que um sistema de quotas comporta.
Indubitavelmente, os parâmetros que limitam a assumpção da justiça relativa na avaliação individual, tornam-se evidentes por força do impedimento de acesso ao patamar superior, mesmo que na presença de avaliações iguais, imagine-se quatro BONS, mas, por força das quotas só DOIS, verão a sua progressão atendida. Não é justo.
Um outro aspecto a considerar, prende-se com aquela estafada ideia, mas verdadeira e actualíssima, daquele que tem particulares olhos azuis, ou então, é cá dos nossos, para que uma boa avaliação beneficie quem a ela não faz juz, logo, na consideração das quotas vai lá um porreiro favorecido, deixando para trás o contestatário inveterado, mas competente.
Da forma como estão as coisas nesta País, dificilmente se aceita, pelo menos eu tenho essa dificuldade, que alguém veja cirurgicamente arrogância e prepotência, por parte do governo, quanto ao caso em apreço.
Reconheço e conheço muito bem o manancial de soluções arbitrárias, mas, convenientemente, sempre conforme os regulamentos.
Entendamo-nos, esta estrutura de avaliação de desempenho tem barbas e, muitos trabalhadores deste País sofrem na pele os seus efeitos, sem, no entanto, terem capacidade para se fazerem ouvir, acabando dobrados perante idêntica arrogância e prepotência, sem que a solidariedade democrática se faça ouvir, ou venha em seu socorro.
Aqui, reside a diferença entre aqueles que não tendo capacidade reivindicativa, se obrigam a aceitar a espoliação dos seus direitos e, muitos deles, jamais alcançando o topo de carreira e os outros que, habituados a atingir hegemonicamente o grau máximo, se confrontam com a dura realidade de uma democracia que nunca desejaram fortalecer, nomeadamente, pelas greves a que nunca aderiram, vá lá saber-se porque!?...
Não faz qualquer sentido, que grande maioria dos trabalhadores portugueses sejam sujeitos a “esquemas” de avaliação, que condicionam de forma determinante as suas carreiras e as suas reformas e a maioria dos funcionários públicos, incluindo professores, progridam (progrediam?) paulatinamente, atingindo à data da reforma, situações de verdadeiro privilégio e excepção. Todos no topo.
Certos partidos e personalidades, à boleia fácil do calculismo golpista e eleitoral, ou por constrangimento que os obriga a sugerir a diferença, só vêm as manifestações que enchem o olho, esquecendo todos quantos por este País fora se sentem derrotados pelo esquecimento e esmagados por tiranias incultas, para quem, arrogância e prepotência são modos de estar nesta democracia.
Sim… sim… essa democracia do egoísmo e dos interesses, a democracia daqueles que só se lembram de Santa Bárbara quando troveja. Essa mesmo em que está a pensar…
…A SUA.

sexta-feira, novembro 07, 2008

AFINAL OS PORCOS JÁ ANDAM DE BICICLETA!...

Ainda não há um ano, por altura da primeira manifestação dos professoras, dizia então Manuela Ferreira Leite que Jos é Socrates tinha o seu apoio e deveria prosseguir a reforma da educação, entenda-se que estava já em causa o sistema de avaliação.
Volvidos uns meses e perante nova manifestação dos professores, temos Manuela Ferreira Leite a inverter uma vez mais a lógica e a decência política e a exigir do governo que acabe já com este sistema de avaliação, pese embora o rídiculo da sua insanável contradição.
A mesma figura politica, perante a escandaleira e autentico roubo que caiu sobre o BPN e os portugueses, terá dado instruções para dentro do seu partido para que não ataquem o Governador do Banco de Portugal.
Porquê?, esta súbita mudança de estratégia? Para que conste e se encontre alguma explicação, dizem que só à conta do PSD havia 24 ou 25 figurões em lugares de responsabilidade naquele banco. Não vá o diabo tecê-las... o calado é o melhor.
Na volúpia do vale tudo, convém também recordar que o código de trabalho apresentado em 2003 pelo então governo do PSD/PP, foi devidamente verberado e invectivado quer por Vieira da Siva quer por Sócrates, isto em defesa do trabalho e da dignidade do trabalhador.
Volvidos cinco anos não temos mais do mesmo, temos muito mais do mesmo, o PS consegue fazer pior, ao arrepio de tudo quanto criticou nos outros.
Mas... isto já não dói!...
Já não me admiro, OS PORCOS JÁ ANDAM MESMO DE BICICLETA...