O OUTRO LADO
Para além das comemorações públicas do 25 de Abril, há, em cada um de nós, um momento único e introspectivo que nos faz apelo ao lado mais racional e mais genuíno que também nos consome.
Confesso que me é muito difícil lidar com a permanente auto-manipulação do discernimento e do sentido de justiça, que, à sua falta, ou, pelo menos, à incapacidade de reconhecer essa ausência de equilíbrio, nos empurra para análises ínvias que resultam quase sempre em demagógica mistificação.
Estas reais e estranhas circunstâncias, colocam-me por vezes em situações de algum desconforto que aqui expresso, face a apetências que se manifestam em lugares e momentos, como seja a celebração do dia da liberdade – 25 de Abril, para que alguns exprimam opiniões, afinal por conta do dia que deveriam celebrar, para, de forma pouco democrática, já que nem sempre se escolhe a verdade e as responsabilidades próprias, atacar a torto e a direito tudo o que mexe na casa do vizinho.
Se há momentos que se distinguem, neste universo de acontecimentos trazidos pelo 25 de Abril e que eu prezo sobremaneira, ele é o da democracia.
Já o disse, para mim o espírito democrático, nem sempre alcançado por muitos de nós, sobrepõe-se a tudo quanto me queiram oferecer.
Em Cabeceiras, assistimos desde sempre, à manifestação de alguns apetites guerreiros que transformam a nossa pequena urbe num simulacro de campo de batalha, onde se reclamam vitórias em pugnas comparativas e reivindicativas para as quais não há o necessário e sério poder de fogo.
Convivo bem com os devaneios inconsequentes de uma oposição que praticamente não existe e que, quando fogueia, evidencia fraquezas que se confundem com a incapacidade própria de quem não tem soluções alternativas. E será que as há?..
Por outro lado, passo perfeitamente ao lado do poder e dos poderosos do nosso concelho como alguém que se confronta amistosamente com a serenidade de que só é feliz e tolerante quem ainda é capaz de decidir por si.
Nunca abordei a temática, observada na perspectiva individual ou de grupo, no que ao desenvolvimento do concelho de Cabeceiras se refere e cuja responsabilidade para o bem ou para o mal, recai inteirinha sobre os ombros do executivo a que preside Joaquim Barreto.
E, se não o fiz, não foi obra do acaso. Esta postura, resulta da circunstância de o poder autárquico ter, a dado passo da história, assumido perante os seus concidadãos e primeiros mandatários do poder, uma espécie de áurea divina que lhes permite supor que lhe basta a disponibilidade de meia dúzia para se substituírem ao valor do voto. O voto é já entendido como uma formalidade sem sentido prático.
Dito isto, entendo que não é politicamente acertado, nem faz parte dos ícones que sustentam a democracia tal como a entendo, exigir aquilo que nunca demos e jamais conseguiremos oferecer, culpar a eito sem qualquer sentido de responsabilidade e pudor quando é perceptível que não faremos (farão) melhor.
E para aqueles que fazem do discurso pretensamente politico um amontoado de censuras e exigências sem sustentabilidade prática, aconselho-os a fazerem opções de defesa do que resta desta democracia, porque, aí sim, está o grande desafio que nos chama, agora e para o futuro.
Retomando o fio do meu silêncio quanto ao (desenvolvimento?) de Cabeceiras, ele radica na circunstância de se assemelhar ao que se passa por todo o País e que não nos permite descolar de uma condição próxima do subdesenvolvimento, apesar de terem passado 35 anos.
Porém, se há contornos que condicionam o desenvolvimento de pequenos concelhos como o nosso, mormente, porque parece que todos se regem pela mesma cartilha obreira, reconheça-se que, apesar de tudo Cabeceiras conseguiu ir bastante mais além, independentemente dos gostos.
Eu, por exemplo, não gosto do empedrado da Praça…, como não aprovo o monte de betão em que transformaram as nossas vilas, bem como os modelos urbanísticos que ignoram a natureza. Veja-se que para se construir uma rotunda, criou-se uma escombreira que se abeira perigosamente do o rio Peio, para além de se ter feito desaparecer uma linha de água (levada), cujo início se dá no açude da Ranha…
Reconhecendo as fragilidades próprias da interioridade e, admitindo até que mais não é possível, julgo-me no direito de reclamar um outro olhar sobre o modo de exercer o poder no contexto de uma democracia, onde a politica se paute pelo respeito pela liberdade individual, onde cabem a de expressão e a de opinião.
Quando nos conseguirmos calar uns aos outros, apaga-se o brilho daquele dia.
Não basta afirmarmo-nos de democratas e defensores dos valores de Abril.
É preciso muito mais…
Confesso que me é muito difícil lidar com a permanente auto-manipulação do discernimento e do sentido de justiça, que, à sua falta, ou, pelo menos, à incapacidade de reconhecer essa ausência de equilíbrio, nos empurra para análises ínvias que resultam quase sempre em demagógica mistificação.
Estas reais e estranhas circunstâncias, colocam-me por vezes em situações de algum desconforto que aqui expresso, face a apetências que se manifestam em lugares e momentos, como seja a celebração do dia da liberdade – 25 de Abril, para que alguns exprimam opiniões, afinal por conta do dia que deveriam celebrar, para, de forma pouco democrática, já que nem sempre se escolhe a verdade e as responsabilidades próprias, atacar a torto e a direito tudo o que mexe na casa do vizinho.
Se há momentos que se distinguem, neste universo de acontecimentos trazidos pelo 25 de Abril e que eu prezo sobremaneira, ele é o da democracia.
Já o disse, para mim o espírito democrático, nem sempre alcançado por muitos de nós, sobrepõe-se a tudo quanto me queiram oferecer.
Em Cabeceiras, assistimos desde sempre, à manifestação de alguns apetites guerreiros que transformam a nossa pequena urbe num simulacro de campo de batalha, onde se reclamam vitórias em pugnas comparativas e reivindicativas para as quais não há o necessário e sério poder de fogo.
Convivo bem com os devaneios inconsequentes de uma oposição que praticamente não existe e que, quando fogueia, evidencia fraquezas que se confundem com a incapacidade própria de quem não tem soluções alternativas. E será que as há?..
Por outro lado, passo perfeitamente ao lado do poder e dos poderosos do nosso concelho como alguém que se confronta amistosamente com a serenidade de que só é feliz e tolerante quem ainda é capaz de decidir por si.
Nunca abordei a temática, observada na perspectiva individual ou de grupo, no que ao desenvolvimento do concelho de Cabeceiras se refere e cuja responsabilidade para o bem ou para o mal, recai inteirinha sobre os ombros do executivo a que preside Joaquim Barreto.
E, se não o fiz, não foi obra do acaso. Esta postura, resulta da circunstância de o poder autárquico ter, a dado passo da história, assumido perante os seus concidadãos e primeiros mandatários do poder, uma espécie de áurea divina que lhes permite supor que lhe basta a disponibilidade de meia dúzia para se substituírem ao valor do voto. O voto é já entendido como uma formalidade sem sentido prático.
Dito isto, entendo que não é politicamente acertado, nem faz parte dos ícones que sustentam a democracia tal como a entendo, exigir aquilo que nunca demos e jamais conseguiremos oferecer, culpar a eito sem qualquer sentido de responsabilidade e pudor quando é perceptível que não faremos (farão) melhor.
E para aqueles que fazem do discurso pretensamente politico um amontoado de censuras e exigências sem sustentabilidade prática, aconselho-os a fazerem opções de defesa do que resta desta democracia, porque, aí sim, está o grande desafio que nos chama, agora e para o futuro.
Retomando o fio do meu silêncio quanto ao (desenvolvimento?) de Cabeceiras, ele radica na circunstância de se assemelhar ao que se passa por todo o País e que não nos permite descolar de uma condição próxima do subdesenvolvimento, apesar de terem passado 35 anos.
Porém, se há contornos que condicionam o desenvolvimento de pequenos concelhos como o nosso, mormente, porque parece que todos se regem pela mesma cartilha obreira, reconheça-se que, apesar de tudo Cabeceiras conseguiu ir bastante mais além, independentemente dos gostos.
Eu, por exemplo, não gosto do empedrado da Praça…, como não aprovo o monte de betão em que transformaram as nossas vilas, bem como os modelos urbanísticos que ignoram a natureza. Veja-se que para se construir uma rotunda, criou-se uma escombreira que se abeira perigosamente do o rio Peio, para além de se ter feito desaparecer uma linha de água (levada), cujo início se dá no açude da Ranha…
Reconhecendo as fragilidades próprias da interioridade e, admitindo até que mais não é possível, julgo-me no direito de reclamar um outro olhar sobre o modo de exercer o poder no contexto de uma democracia, onde a politica se paute pelo respeito pela liberdade individual, onde cabem a de expressão e a de opinião.
Quando nos conseguirmos calar uns aos outros, apaga-se o brilho daquele dia.
Não basta afirmarmo-nos de democratas e defensores dos valores de Abril.
É preciso muito mais…
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