quarta-feira, maio 20, 2009

CONFERÊNCIA

O Historiador e Deputado à Assembleia da República do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, profere no próximo Sábado, dia 23 de Maio, em Cabeceiras de Basto, uma conferência/debate subordinada ao tema, “As conquistas de Abril e os “ataques” ao Estado Social em Portugal”.
A iniciativa é organizada pela adbasto e conta com o apoio do Jornal “O Basto”, tendo o seu início marcado para as 18 horas, na sede social da adbasto (associação de desenvolvimento técnico-profissional das Terras de Basto), situada no Lugar da Quinta da Mata, junto à sede da Vila em Cabeceiras de Basto.
São objectivos desta iniciativa, aberta a toda a comunidade, “reflectir de uma forma séria e responsável sobre as conquistas e os direitos sociais conseguidos com a implantação do regime democrático em Portugal e efectuar uma abordagem aos constantes “ataques” perpetrados contra o “Estado Social” nos últimos anos, que se têm traduzido numa perda gradual de direitos dos cidadãos, na área do emprego, da saúde e da segurança social”.
Antes da conferência/Debate, o Deputado Fernando Rosas visitará a redacção do Jornal “O Basto” e assinará o livro de honra da adbasto, uma associação cívica proprietária deste órgão de comunicação social com quase seis anos de existência e cuja área da influência são os quatro concelhos da região de Basto, Cabeceiras, Celorico, Mondim e Ribeira de Pena. Fernando Rosas é professor universitário, historiador e político português. É um dos militantes mais conhecidos do Bloco de Esquerda, pois foi candidato à Presidência da República em 2001. Em 2005, foi eleito Deputado pelo círculo de Setúbal. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, veio a fazer carreira na Universidade Nova/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Doutorado em 1990, professor associado em 1998 e professor catedrático a partir de 2001. O trabalho de Fernando Rosas possui grande importância para o conhecimento do Estado Novo, quer devido às obras de referência sobre o período por si escritas, quer à orientação que prestou a numerosos investigadores.

Cabeceiras de Basto, 20 de Maio de 2009

domingo, maio 17, 2009

MANUEL ALEGRE, O HÁBITO E O MONGE

Em 8 de Dezembro de 2008, escrevia eu:
“ Uma outra questão que me tem causado alguma irritação epidérmica, prende-se com este faz que chuta e não chuta do deputado socialista Manuel Alegre.
Do meu ponto de vista Manuel Alegre não quer implodir nada, não quer resolver problema nenhum, não quer formar novo partido nem movimento que se confronte com o partido socialista.
Quanto a mim, Manuel Alegre confronta-se com o feliz e justificado acaso de ter conseguido um milhão de votos nas eleições presidenciais.
Perante este desiderato, colocou-se-lhe desde logo a questão fundamental da obrigação ética e moral de ter que lidar com este percalço.
As posições que vai assumindo, não são mais do que a necessidade de conjugar os votos esquerdistas que obteve com a preservação do estatuto que tem no PS e não quer perder.
Não consigo compreender e ajustar à minha forma de ver a politica, este posicionamento dúbio que o leva a colocar-se em posições de afrontamento ao seu partido, sabendo que os seus gestos são meras sessões de fogo de artifício e que as declarações de voto são as respectivas canas.
A menos que Manuel Alegre se satisfaça em confundir “a trova do vento que passa” com “a trova do tempo que passa” estamos perante um sinal evidente de falta de coragem politica, a que alguns chamarão de fidelidade ao partido, face à incapacidade que mostra para dar o passo em frente, rumo à transformação da retórica.
Será que Manuel Alegre quer voltar a candidatar-se à Presidência da República?.. e, perante a evidente necessidade do apoio do Partido Socialista para ser eleito, desperdiça o tempo útil do seu tempo para não chegar a tempo nenhum? “

Finalmente, podemos recolher em sossego às alcofas dos nossos sonhos desfeitos.
Manuel Alegre, resolveu, de uma penada, desfazer as ilusões daqueles que pensaram que algo iria mudar, no reino sofisticado do nosso areópago político.
Intimamente, Manuel Alegre esperou sempre que a mão firme do seu partido do coração, permanecesse sobre os seus ombros e lhe indicasse o rumo, salvando-o de ínvios caminhos.
Muitos, não entenderão facilmente o que andou este ex candidato presidencial a congeminar ao longo destes tempos e porque terá, de forma tão ligeira, desbaratado o milhão de votos de pecúlio que tão oportunamente granjeou.
Afinal, pelo que disse, Manuel Alegre continuará alegremente a fazer de D.Quixote, contente por mostrar ao mundo que com ele não se brinca.
Á falta de consequências práticas, face às posições que tem vindo a assumir e que, afinal, percebemos agora, constituem o único meio de que dispõe para que tenha alguma visibilidade parlamentar, Manuel Alegre, impossibilitado de recuar em razão do circo que montou, acocorou-se perante o mandamento maior (o Partido) e mandou às malvas a obrigação de ser consequente e politicamente sério.
Ainda segundo ele, nada lhe foi prometido, nem seria digno exigir o que quer que fosse.
Quando se confundem princípios e valores com tacticismos de poder, estamos sujeitos a que um qualquer ponha em causa o nosso carácter, como aliás o fez José Lello em relação a Alegre. Dói, mas, de quando em vez, pomo-nos a jeito.
Espero para ver quantos alegristas aparecerão nas listas de deputados em sua substituição.
Manuel Alegre quer ser de novo candidato à Presidência da República, agora, com o apoio do Partido Socialista.
Creio até, que toda a trama por ele urdida, teve sempre como primeiro e único objectivo as próximos eleições presidenciais.
Há um porém, um sério porém, o povo que deu generosamente um milhão de votos a Manuel Alegre, fê-lo em circunstâncias de denotavam então uma necessidade objectiva de castigar o candidato do Partido Socialista, escolhido sem qualquer sentido de utilidade e como um gesto de politica de caserna.
Pressinto que o mesmo acontecerá a Manuel Alegre, quando se nos apresentar em nova disputa eleitoral, momento único e irrepetível para que o povo o castigue pela sua maldade.

quarta-feira, maio 13, 2009

O OUTRO LADO

Para além das comemorações públicas do 25 de Abril, há, em cada um de nós, um momento único e introspectivo que nos faz apelo ao lado mais racional e mais genuíno que também nos consome.
Confesso que me é muito difícil lidar com a permanente auto-manipulação do discernimento e do sentido de justiça, que, à sua falta, ou, pelo menos, à incapacidade de reconhecer essa ausência de equilíbrio, nos empurra para análises ínvias que resultam quase sempre em demagógica mistificação.
Estas reais e estranhas circunstâncias, colocam-me por vezes em situações de algum desconforto que aqui expresso, face a apetências que se manifestam em lugares e momentos, como seja a celebração do dia da liberdade – 25 de Abril, para que alguns exprimam opiniões, afinal por conta do dia que deveriam celebrar, para, de forma pouco democrática, já que nem sempre se escolhe a verdade e as responsabilidades próprias, atacar a torto e a direito tudo o que mexe na casa do vizinho.
Se há momentos que se distinguem, neste universo de acontecimentos trazidos pelo 25 de Abril e que eu prezo sobremaneira, ele é o da democracia.
Já o disse, para mim o espírito democrático, nem sempre alcançado por muitos de nós, sobrepõe-se a tudo quanto me queiram oferecer.
Em Cabeceiras, assistimos desde sempre, à manifestação de alguns apetites guerreiros que transformam a nossa pequena urbe num simulacro de campo de batalha, onde se reclamam vitórias em pugnas comparativas e reivindicativas para as quais não há o necessário e sério poder de fogo.
Convivo bem com os devaneios inconsequentes de uma oposição que praticamente não existe e que, quando fogueia, evidencia fraquezas que se confundem com a incapacidade própria de quem não tem soluções alternativas. E será que as há?..
Por outro lado, passo perfeitamente ao lado do poder e dos poderosos do nosso concelho como alguém que se confronta amistosamente com a serenidade de que só é feliz e tolerante quem ainda é capaz de decidir por si.
Nunca abordei a temática, observada na perspectiva individual ou de grupo, no que ao desenvolvimento do concelho de Cabeceiras se refere e cuja responsabilidade para o bem ou para o mal, recai inteirinha sobre os ombros do executivo a que preside Joaquim Barreto.
E, se não o fiz, não foi obra do acaso. Esta postura, resulta da circunstância de o poder autárquico ter, a dado passo da história, assumido perante os seus concidadãos e primeiros mandatários do poder, uma espécie de áurea divina que lhes permite supor que lhe basta a disponibilidade de meia dúzia para se substituírem ao valor do voto. O voto é já entendido como uma formalidade sem sentido prático.
Dito isto, entendo que não é politicamente acertado, nem faz parte dos ícones que sustentam a democracia tal como a entendo, exigir aquilo que nunca demos e jamais conseguiremos oferecer, culpar a eito sem qualquer sentido de responsabilidade e pudor quando é perceptível que não faremos (farão) melhor.
E para aqueles que fazem do discurso pretensamente politico um amontoado de censuras e exigências sem sustentabilidade prática, aconselho-os a fazerem opções de defesa do que resta desta democracia, porque, aí sim, está o grande desafio que nos chama, agora e para o futuro.
Retomando o fio do meu silêncio quanto ao (desenvolvimento?) de Cabeceiras, ele radica na circunstância de se assemelhar ao que se passa por todo o País e que não nos permite descolar de uma condição próxima do subdesenvolvimento, apesar de terem passado 35 anos.
Porém, se há contornos que condicionam o desenvolvimento de pequenos concelhos como o nosso, mormente, porque parece que todos se regem pela mesma cartilha obreira, reconheça-se que, apesar de tudo Cabeceiras conseguiu ir bastante mais além, independentemente dos gostos.
Eu, por exemplo, não gosto do empedrado da Praça…, como não aprovo o monte de betão em que transformaram as nossas vilas, bem como os modelos urbanísticos que ignoram a natureza. Veja-se que para se construir uma rotunda, criou-se uma escombreira que se abeira perigosamente do o rio Peio, para além de se ter feito desaparecer uma linha de água (levada), cujo início se dá no açude da Ranha…
Reconhecendo as fragilidades próprias da interioridade e, admitindo até que mais não é possível, julgo-me no direito de reclamar um outro olhar sobre o modo de exercer o poder no contexto de uma democracia, onde a politica se paute pelo respeito pela liberdade individual, onde cabem a de expressão e a de opinião.
Quando nos conseguirmos calar uns aos outros, apaga-se o brilho daquele dia.
Não basta afirmarmo-nos de democratas e defensores dos valores de Abril.
É preciso muito mais…

terça-feira, maio 12, 2009

PANDEMIA

Gordon Brown, Primeiro Ministro Britânico e Secretário/Presidente do Partido Trabalhista, apresentou ao erário público despesas para reembolso com a aquisição de comida para cães e lâmpadas... imaginem!...
Alan Ducan do Partido Conservador, não quis ficar desfavorecido e apresentou para o mesmo efeito despesas de jardinagem no valor de 4.500 euros. Obviamente trabalhos efectuados nos jardins da sua própria casa.
Michael Gove e Andrew Lawsley não ficaram pelas meias tintas e vai daí fizeram o mesmo, só que as despesas (milhares de euros) correspondemm a beneficiação de moradias de que eram proprietários e que seguidamente venderam.

Pelo menos Gordon Brown já apresentou desculpas, quanto aos outros não há notícias, porém, ficamos com a certeza de que esta pandemia anda pela Europa há já muito tempo.

Europeus como nós.

sexta-feira, maio 08, 2009

UM CENTRÃO ATÉ À ETERNIDADE

Vai por aí algum alarido resultante em razão da alteração feita à lei do financiamento partidário, conseguida com rara oportunidade e um pleno de votos na Assembleia da República.
Valham-nos todos os santos, ao menos que nos ponham a virtude, convencendo-nos de que com esta ou com a lei anterior, a corrupção e os sinais exteriores e encapotados de riqueza fazem parte do estafado código da opacidade que vivemos desde sempre, só mudamos a fatiota.
Para quem ainda acredita no futuro deste País, aconselho a que se preocupe com o desenterrado CENTRÃO.
Aqui sim, com este casamento de conveniência entre o PS e o PSD, a penitência dos portugueses durará, pelo menos, mais 35 anos.
Preparem-se, ou então gozem..., e não se esqueçam daquela expressão anedótica... "deixa estar... tu vais ver o povo que eu lá vou por"...

A AGULHA NO PALHEIRO

Nos tempos que correm é bom sermos confrontados com distinções, como a de cidadão honorário de Cabeceiras, com que foi agraciado o ministro Vieira da Silva, sinal de que o homem tem prestados serviços relevantes à nossa comunidade.
Uma área a que ele tem dado a melhor das atenções é a da formação, notando-se que ele sabe distinguir as instituições mais vocacionadas e credíveis, contemplando-as sem parcimónia, ainda que, para isso, tenha que ostensiva e convenientemente ignorar outras, porventura, tão habilitadas como as primeiras. Mas isso são contas de outro rosário...percalços da democracia
Ainda novidade e não menos sonante, é o facto de finalmente acabar o dois em um, quanto à indicação de nomes para a Comissão Nacional do Partido Socialista.
Já lá vão 4 ou 5 anos, foi no último congresso de Ferro Rodrigues como secretário geral, manifestei a minha oposição à fórmula que então se pretendia impor, e que a maioria impôs, tendo como consequência imediata o preenchimento de dois lugares, a saber: um deles, por inerência, para o Presidente da Federação de Braga e um outro acabaria por ser preenchido pelo delegado/militante Joaquim Barreto.
Assunto encerrado, com a beneplácito do voto da maioria dos delegados (6-1).
Mudam-se os tempos, as moscas foram fenecendo...ninguém estrebucha... e.. muito especialmente... apareceu alguém com o perfil adequado às circunstâncias.
Vergo-me perante a escolha. Não por ela em si, mas... por quem a fez... e as cristalinas razões dos superiores interesse partidários...
Povo que lavas no rio e talhas com o teu machado as tábuas do teu caixão.
Que fado... e que letra. São artistas portugueses.