sexta-feira, novembro 20, 2009

QUO VADIS

São 191 os Presidentes de Câmara que se recandidataram, enquanto, que, cerca de três dezenas, optaram por antecipar a saída e aproveitar o derradeiro gesto gentil de um qualquer funcionário zeloso que lhes abriu a porta pela última vez.
Assim, destas eleições autárquicas, resulta um ganho previsível de todas as recandidaturas, bem como, um sopro suplementar de esperança que a limitação de mandatos nos trouxe.
O poder autárquico foi fundamental para a consolidação do nosso regime democrático.
Porém, o exercício do poder em mandatos sucessivos, roubou-nos o direito à democracia de proximidade e transformou referências democráticas em autênticos atentados à liberdade individual e colectiva.
É perverso que o cidadão sinta como única satisfação a retirar deste acto eleitoral para as autarquias, um dado objectivo - o fim de um ciclo.
Este é o último mandato para quase duas centenas de Edis, que já não são solução nos seus municípios, mas sim um problema sério, consubstanciado em actos de prepotência e discriminação.
Nestes quatro anos que agora começam, muita coisa vai ainda acontecer e é bom que estejamos atentos às manobras daqueles que iniciaram o caminho do ocaso.
O poder e o mando são parecidos com uma doença sarnenta, logo, os jogos de bastidores para os conservar já estão pensados, cumpre-nos estar atentos e denunciá-los.
Muitos dos aspectos visíveis da campanha que terminou nas eleições de 11 de Outubro, indiciam já uma espécie de angústia, só compreensível se houver quem não queira beber pelo copo com que serviu os outros.
Dia 12 de Outubro de 2009, é o primeiro dia de um novo alento democrático. Compete-nos lutar pelos ideais da liberdade e procurar para Cabeceiras os sonegados direito à paz e à convivência cívica.