CAMINHAR... SIMPLESMENTE
Apesar de saber que não vou resolver qualquer dos problemas da terra, continuo a ser capaz de caminhar, esperançado que o Todo Poderoso se lembre de nós e faça o que só Ele pode.
O tempo gasto nestas minhas reflexões criticas, dou-o por bem empregue, conquanto faço os possíveis por abordar questões que a todos dizem respeito, apesar da comodidade que seria assobiar para o ar e glosar os que ousam expor livremente os seus pensamentos, senão mesmo esconder-me por detrás de indisfarçável despeito e gozar momentos mais lúdicos.
A minha modesta opinião sobre os assuntos que vou abordando, não pretendem mais do que isso, ser uma participação que não impede outras opiniões, assim elas apareçam e que os seus autores se disponham a discutir a substância e não se deixem ficar sentados a escolher um caminho sem grandes encómios. Isso é demasiado fácil.
E aqui vai mais uma reflexão, neste caso, para referir que quando se começou a falar na produção de biocombustíveis, até por algumas vozes de produtores que, a dado momento, solicitavam do governo decisão quanto a certos prazos, estava eu longe de pensar o incêndio que esta tocha viria a provocar.
Se as coisas se encaixam ou não, é uma questão que me causa pouco dano, a verdade é que a par desta novidade, tomamos conhecimento que um automóvel que se faz mover a óleo de fritar batatas (usado) foi inspeccionado e apreendido por utilizar um combustível que não pagava o respectivo imposto.
Estava ilegal tudo bem…, o problema é que ninguém soube dizer ao proprietário que multa deveria pagar e onde.
Podemos ficar todos a pensar, pelo menos eu fico, sobre quais os objectivos deste cortar cerce a veleidade de pormos os nossos carros a andar a óleo de cozinhar?
Aparentemente nenhum, porque se a moda colasse, rapidamente o governo resolveria em dois tempos a questão do imposto sobre este tipo de combustível, o problema poderia pôr-se e, segundo a minha opinião põe-se mesmo, se os senhores do petróleo e do dinheiro, que tão impunemente fazem gato sapato das economias, estariam disposto a aceitar esta alternativa, ainda que no futuro.
E será que os governos dos principais países do mundo estão mesmo interessados em procurarar e implementar alternativas?
Tem-se discutido até à exaustão os problemas do aquecimento global, o chamado buraco do ozono, derivados dos efeitos de estufa provocado essencialmente pela exagerada libertação para a atmosfera do famoso CO2, mas não esqueçamos que o maior poluidor do mundo não assinou o protocolo de Quioto. Porquê? Porque é que os Americanos defendem tanto o petróleo? Porque é que só lhes interessa meter nariz em regiões ricas em petróleo? Naturalmente porque é um grande negócio e enquanto cá andarem vivem à fartasana, nem que seja à custa da vida dos outros.
Ora a questão dos biocombustíveis e os seus efeitos, revelam-se-nos agora mais pragmáticos e mais nítidos com a transformação dos campos de cultivo de espécies variadas em zonas de imensidão cerealífera a par de um conveniente açambarcamento, hoje indesmentível e confirmado por várias e idóneas entidades do mundo.
Mas de entre estas entidades está a FAO, organização das Nações Unidas que visa combater o flagelo da fome no mundo, que afirma que esta política de especuladores que condiciona o abastecimento mundial de cereais e controlam os seus preços, a não ser alterada, provocará a curto prazo, milhões de mortos pela fome.
Em Portugal, país de brandos costumes, logo, tão delicadamente silencioso, aconteceu já no segundo semestre de 2007 um aumento de 40% nos preços dos bens alimentares e, para 2008, prevê-se idêntico agravamento.
Entretanto o banco alimentar contra a fome em Portugal tem os seus armazéns esgotados, por força de uma crescente procura e da dificuldade cada vez maior que cada um de nós tem para ajudar o seu semelhante.. Isto não é não saber o que cada um de nós quer, é uma realidade muito concreta. Para percebê-la não é preciso muita universidade.
Não estou a dizer que há bruxas… e que, também neste caso o governo poderia intervir, mas que as há, há, como diz a moda.., os preços dos combustíveis sobem em flecha a pretexto da subida de preço do barril de petróleo, só que ninguém nos diz e nós também não estamos em saber, que é comprado em dólares e o euro tem-se valorizado sucessivamente em relação à moeda americana.
Não dá muito para entender, pois não? Ou será que dá?!...
Claro que quanto mais caros forem os combustíveis, mais dinheiro de imposto entra nos cofres do estado. E dizem eles que todo é pouco, pudera, a gente sabe e sente.
E é destas conversas, meus caros leitores, que eu faço o meu caminho.
1 Comments:
A problemática da energia, ou a produção dela, é algo que se deve discutir abertamente. Sem preconceitos ou subterfúgios.
O esclarecimento faz parte da solução. As alternativas de produção de energia foram, continuamente, desconsideradas pelos Governos e impediadas pelas petrolíferas e suas derivadas. Houve, segundo as teorias de conspiração, a compra de patentes, a morte de cientistas, a negligência propositada de projectos que visariam a substituição dos derivados do "ouro negro" como principais combustíveis, pelas partes "interessadas". A ficção baseia-se na realidade.
Devido ao ímpeto consumista do capitalismo desenfreado que se vive no Mundo "desenvolvido" aliado ao comodismo da condição humana, o problema dos combustíveis ou suas alternativas nunca tiveram grande impacto nas directivas governativas dos Todos poderosos governos.
Agora, com soluções criadas "em cima do joelho", apontam-se armas para os bio-combustíveis. Em parte, estes vêm por ao de cima as fragilidades do Mundo relativamente às alternativas ao "ouro negro".
Sem uma estrutura mundial (díficil de implementar quando temos os maiores poluidores a não assinar protocolos de boa conduta só pelo seu ímpeto capitalista desenfreado e a seu way of life
em manter o seu estatudo de império mundial) que dite a alternativa mais viável e que conjugue forças e conhecimento para um futuro alternativo ao sugar do petróleo, não iremos lá.
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